quarta-feira, 25 de junho de 2008

Sol de Inverno


Os joelhos gelam ao vento alto das ervas.
Caminho soprado, sôfrego, a boca rasa.
Nós agudos, montanha viva, acesa face.
Estrito o sol se apura a fio.
Pedras com sabor de terra nua.
O caminho arrefece já sob as sombras.
Sede de vento alto que se desfaz.
Límpido e frio, a nula fronte do ar me investe.

António Ramos Rosa em Nos Seus Olhos De Silêncio

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