sábado, 20 de outubro de 2012
terça-feira, 16 de outubro de 2012
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Soneto Superdesenvolvido
É tão suave ter bons sentimentos
consola tanto a alma de quem os temque as boas acções são inesquecíveis momentos
e é um prazer fazer bem
Por isso se no verão se chega a uma esplanada
sabe melhor dar esmola que beber a laranjadaConsola mais viver assim no meio de muitos pobres
que conviver com gente a quem não falta nada
E ao fim de tantos anos a dar do que é seu
independentemente da maneira como se alcançouainda por cima se tem lugar garantido no céu
gozo acrescido ao muito que se gozou
Teria este (se não tivesse outro sentido)
Ser natural de um país subdesenvolvido
Ruy Belo, Homem de Palavra(s)
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
Canção da Vida
Músculos tensos, grito parado, a inquirição prossegue por entre camadas de angústia cerrada. Fura, brita, escava, alonga túneis por onde avança o corpo cercado. Por vezes tem a espessura de montanhas, muros sobre muros que não acabam. Outras abre-se inesperadamente em naves onde o eco é mais largo e o som ampliado vibra a ilusão da interminável viagem. Uma a uma, as palavras emergem da pedra informe, brilham contra o aço quente das brocas. Agarra-as com as mãos feridas, confunde-as com o tacto, mistura-as com o sangue, enquanto a tinta regista a negro o seu traçado. Há quem lhe chame poesia. Eu só lhe posso chamar combate.
Jorge Roque em Canção da Vida
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
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