Num frouxo de riso, desmonto o barraco;
vida é outra loiça, que não este caco.
Rio como pode rir um português
ao ouvir, ocioso:- Será para outra vez...
_ Aqui há talento!Dizem.me os védores.
Seja para alívio das nossas dores!
Mas que remédio senão ser talentoso
quando tudo anda tão nervoso
e não há licença de porte dessa arma
que é a palavra não desfigurada!
Talento manejado a meu talante,
sê modesto, já que és, afinal, o circunstante,
e eu, o teu dono, se tiveres lazer,
sem disparos verbais andava era aos pardais,
por esses trigais e milheirais
que lhes dão de comer...
Alexandre O'Neill em Feira Cabisbaixa
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