Por causa dos fusos horários, que eram muitos, os faxes chegavam de madrugada. Entravam por baixo da porta empurrados pelo empregado nocturno do hotel, e eu ouvia-os a escorregarem pela frincha da porta, e imaginava que era ela a sussurar-me. Depois, adormecia novamente, e só quando me levantava de manhã os lia - muito vagarosamente - enquanto tomava o pequeno-almoço.
António Pinto Ribeiro em Melancolia
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