Nos dias em que o vento anima a roupa
suspensa desta ou daquela janela
o meu olhar perdido não a poupae vai seguindo os movimentos dela
Aqui estou tristezas alegrias
Nesta colina do instante canto
esta vida indecisa de maresias
ó vida ameaçada enquanto
a minha grande esperança é o café
Agora que o tomei
com pressa e frenesim até
o que vai ser a vida ainda não sei
Mosteiro dos Jerónimos fachada
impassível ao vão vaivém humano
aqui ando eu perdido de ano em ano
ó vida noves fora nada
Nos dúbios dias da destruição do verão
quando tudo parece ir acabar
regresso então à versificação
e encontro nos papéis o meu segundo mar
Ruy Belo em Homem de Palavra(s)
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